
Manter um acervo vai além de
armazenar objetos ou documentos; é conservar sentidos, afetos, saberes e lutas
Em tempos de excesso de
informação e consumo acelerado, reconhecer aqueles que se dedicam à preservação
de acervos — sejam históricos, sociais, visuais ou culturais — é um ato de
profunda responsabilidade coletiva. São essas pessoas, muitas vezes anônimas –
assim como eu, editora deste e outros periódicos, mantida apenas nos
bastidores, que constroem as pontes entre o passado, o presente e o
futuro. Seus esforços silenciosos mantêm vivas as narrativas que moldam nossa
identidade e nos ajudam a compreender quem somos.
Manter um acervo vai além de
armazenar objetos ou documentos; é conservar sentidos, afetos, saberes e lutas.
É permitir que as próximas gerações tenham acesso a memórias que resistem ao
esquecimento. Em arquivos públicos ou em pequenas coleções particulares, cada
item guardado com cuidado carrega uma história que merece ser contada.
Nesse contexto, tomo aqui a
liberdade de dizer que é essencial destacar o papel das mídias mais antigas,
especialmente jornais impressos com décadas de atuação. Publicações com mais de
30 anos de história carregam em seus arquivos fotográficos e editoriais um
valor inestimável: o registro cotidiano de uma época, de uma cidade, de um
povo. Muitos desses veículos precisaram se reinventar frente à digitalização da
informação, adaptando seus acervos ao ambiente online — nem sempre com os
recursos ideais e, por vezes, sofrendo perdas materiais importantes nesse
processo. Ainda assim, continuam sendo guardiões de uma memória coletiva que,
sem eles, poderia se perder.
Reconhecer esses guardiões da
memória é também valorizar a diversidade das vozes que formam nosso tecido
social. São eles que nos lembram que, sem memória, não há futuro — apenas
repetição. E por isso, sua missão merece respeito, apoio e visibilidade.
A mentira e a omissão: raízes
da desconfiança social
A mentira e a omissão, embora muitas vezes vistas como estratégias para proteger interesses pessoais ou evitar conflitos, são práticas profundamente prejudiciais à convivência em sociedade. Quando a verdade é distorcida ou ocultada, a base da confiança — essencial para qualquer relação humana — é abalada. Isso gera um ciclo de desconfiança, insegurança e rupturas nos laços sociais. Em ambientes coletivos, como governos, empresas, escolas ou famílias, a mentira e a omissão comprometem DECISÕES, minam a ÉTICA e enfraquecem a COOPERAÇÃO. Uma sociedade saudável depende da transparência e da honestidade para prosperar. Por isso, refletir sobre as consequências dessas práticas é essencial para se construir um convívio mais justo, íntegro e solidário.
*Artigo publicado no
impresso Jornal TRIBUNA da Cidade – Edi. 195 - maio 2025.