Publicitária e empreendedora, compartilho nesta coluna reflexões e insights sobre branding, marketing, comportamento e mercado. O objetivo é provocar olhares mais amplos sobre como as marcas se constroem. Não apenas por estratégias, mas também por conexão com as pessoas.
Novembro chega e, com ele, a corrida por descontos. Anúncios, ofertas e o foco das marcas se volta para um único objetivo: vender mais. Mas em meio a tanto barulho, poucos percebem que a Black Friday pode ser muito mais do que uma liquidação, ela pode ser uma oportunidade estratégica de fortalecimento de marca.
Em muitos casos, a comunicação se resume a um bombardeio de preços e percentuais. O problema é que, quando tudo é desconto, nada é valor. As marcas que constroem percepção sólida sabem que vender é consequência de uma relação, e que essa relação se constrói com propósito, consistência e coerência, inclusive nas datas comerciais.
Investir em branding durante a Black Friday não significa ignorar as promoções, mas dar sentido a elas. É alinhar a narrativa de campanha à identidade da marca, comunicar benefícios reais e mostrar o que diferencia o seu produto em um mar de opções parecidas. É transformar o “compre agora” em um “lembre-se de por que você escolhe essa marca”.
Negócios que aproveitam essa data para reforçar seus valores, e não apenas seus preços, criam laços mais duradouros. Em vez de uma venda isolada, constroem preferência. E, no fim das contas, o verdadeiro lucro da Black Friday está aí: em sair dela mais forte, mais reconhecido e mais desejado do que entrou.
A sua vai ser lembrada pelo preço que cobra ou pela história que conta?

Lia Cumino
E-mail: cuminonatalia@gmail.com
@liacumino
*Artigo publicado no impresso Jornal TRIBUNA da Cidade – Edi. 200 - novembro 2025
