Óbitos, cegueira e surtos de intoxicação acendem alerta em várias regiões do país; autoridades intensificam fiscalização e orientam população
O Brasil enfrenta um preocupante momento com a incidência de intoxicações causadas pelo consumo de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol, uma substância altamente tóxica. Autoridades de saúde e segurança pública confirmam o aumento de mortes, internações, casos graves e suspeitas sob investigação.
Segundo dados recentes, o número de casos suspeitos de intoxicação triplicou desde o início de outubro, com registros em São Paulo e diversas outras cidades e estados. Entre os sintomas mais graves estão cegueira súbita, coma e convulsões, além de internações em unidades de terapia intensiva (UTI).
As bebidas mais perigosas são os destilados de origem clandestina ou procedência duvidosa. Em São Paulo, nas últimas semanas, a fiscalização resultou em prisões, apreensão de milhares de garrafas adulteradas e interdição de diversos estabelecimentos na capital e na Grande São Paulo.
O Ministério da Saúde emitiu alerta nacional recomendando que a população evite bebidas alcoólicas sem origem confiável, especialmente os destilados. O governo anunciou o reforço nos estoques de antídotos, como o etanol farmacêutico, e solicitou à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) o envio do medicamento fomepizol, ainda não registrado no Brasil.
A reação entre a população é de temor. Bares relatam queda acentuada nas vendas de coquetéis, como a tradicional caipirinha. Muitos consumidores passaram a evitar bebidas sem garantia de procedência, adotando uma postura mais cautelosa.
Especialistas alertam que o metanol pode causar danos permanentes, mesmo em pequenas quantidades. Um dos sintomas mais alarmantes é a perda de visão, que pode ser irreversível.
Diante do cenário, o consumo de bebidas adulteradas com metanol já é tratado como uma crise de saúde pública. As autoridades continuam as investigações e reforçam as ações de fiscalização.
Recomendações ao público: compre bebidas somente em locais confiáveis, com nota fiscal; verifique lacres, selos de controle e a origem do fabricante. Em caso de sintomas como náusea persistente, dores abdominais, turvação visual ou convulsões, procure atendimento médico imediato.
*Reportagem publicada no impresso Jornal TRIBUNA da Cidade – Edi. 199 - outubro 2025
