O Festival Cantos do Jaguari encerrou sua programação no último sábado (25), em Bragança Paulista, após quase um mês de atividades culturais dedicadas à música caipira e às artes visuais.
Realizado no Centro Cultural Francisco Assis Pimenta, o evento reuniu shows, bate-papos, exibição de filmes e a exposição “Nos Braços do Violeiro”, do artista e músico Yuri Garfunkel.

A mostra apresentou as páginas originais da HQ A Viola Encarnada: Moda de Viola em Quadrinhos, inspirada em mais de 80 canções do repertório tradicional, e concorre ao Prêmio HQ MIX 2025.
O encerramento contou ainda com o documentário Geada – 1975, dirigido por Mário de Almeida, que retrata o violeiro Júlio Santin e as memórias sobre a geada que devastou os cafezais do Paraná e do Oeste Paulista, há 50 anos.

As apresentações musicais de Júlio Santin, Rafael Schmidt, Beraldo e da Orquestra Violeiros do Rio Jaguari marcaram o fim do festival, idealizado pela própria Orquestra e realizado desde 6 de outubro com entrada gratuita.
Homenagem à professora Neide
No dia 4 de outubro, o Festival Cantos do Jaguari Festival prestou uma homenagem à professora, historiadora e folclorista Neide Rodrigues Gomes. reconhecida pelo fortalecimento da cultura popular e do folclore na região de Joanópolis e Bragança Paulista.
Durante o evento, foi exibido pela primeira vez o curta-documentário “Vem Com o Tempo - Tradição e Fé da Região Bragantina”, dirigido por Mário de Almeida, da Maravilha Filmes, em homenagem póstuma à professora falecida em 2019.
“De alguma forma quem assistiu se reconheceu no documentário ou se conectou com algum aprendizado da professora Neide. Ela tinha uma visão do todo e esse potencial de transformar o entorno”, afirmou Almeida.

Fundador da Orquestra Violeiros do Jaguari, que idealizou o festival, Eurípedes Menezes de Liz destacou que ela é uma referência para a região. “Ajudou a formar mais de 10 orquestras e promoveu curso de lutheria. Não tem preço que pague a emoção dessa homenagem”, disse.
Moradora de Joanópolis, Laís Cristinny Pinheiro Ximenes, que conviveu com a professora, se emocionou com a exibição. “Acompanhei a professora em seus últimos anos de vida e posso dizer que foram os anos que aprendi muito sobre cultura. No documentário vimos a riqueza dos mestres e mestras das tradições populares”, elogiou.
O curta será disponibilizado em novembro no canal Maravilha Filmes no YouTube (@maravilhafilmes).

*Reportagem publicada no impresso Jornal TRIBUNA da Cidade – Edi. 199 - outubro 2025 – e atualizada em nosso portal.
